domingo, 15 de março de 2015

NANA OKIDA NA “ROTA DOS COQUEIROS”




NANA OKIDA NA “ROTA DOS COQUEIROS”

Ysolda Cabral



Acordei cedinho, como de costume, e decidi permanecer na cama até enjoar. Afinal, no sábado, posso me dar a este luxo. Nela fiquei a escutar o canto dos pássaros, sentindo o cheiro do Mar, que a Brisa faz questão de me trazer todas as manhãs, sem pensar em quase nada e torcendo para dormir novamente.Qual que nada! O sono já havia levantado voo antes dos passarinhos. Triste e resignada consultei, na mente, a minha agenda do dia e no primeiro item estava escrito: NANA OKIDA! A preguiça sumiu instantaneamente. Dei um pulo da cama disposta a realizar todas as minhas tarefas domésticas em tempo recorde, para logo após o almoço ir ter com ela. Em verdadeiro frenesi, corri para lá e para cá sem conseguir fazer nada. Fui para cozinha e esbarrei na geladeira; derrubei uma das cadeiras da mesa. Terminei por quebrar um copo cujo conteúdo, um suco de laranja que acabara de fazer para o meu dejejum, se espalhou pelo assoalho junto aos mil caquinhos. Tive vontade de chorar! Olhei para a minhas mãos: unhas por fazer. Pensei: que roupa vou vestir? E qual caminho farei para chegar até Nana? A “Rota dos Coqueiros”, dizem ser linda, mas muito deserta. Estou com medo? Poxa, já não sou mais a mesma! Nunca tive medo de botar o pé na estrada! E o meu cabelo? Nossa, deve estar um horror! E foi assim que a manhã passou com uma rapidez fenomenal. Logo me vi na estrada ansiosa para abraçar uma amiga que só conhecia a voz e os seus poemas. Graças a Deus que guiar sempre me deixou relaxada e desta feita não foi diferente. Assim pude apreciar a paisagem belíssima de todo o trajeto Praia de Candeias x Muro Alto e até parei, em determinado trecho, em um túnel de árvores centenárias, para tirar foto.

Errando uma entrada ali, outra acolá, voltando e seguindo adiante, finalmente cheguei. Nana, irradiando beleza, juventude e alegria me recebeu. Verdadeiramente encantadas uma com a outra, nos atropelávamos com o ritmo da conversa e caiamos na gargalhada para logo voltarmos a falar de nossas vidas, dos nossos filhos e de tudo que pintava em nossas cabeças. Em determinado momento ela me perguntou se eu a achara diferente das fotos que tirava com o seu inseparável “pau de self’’, postadas no FaceBook. Claro que achei você muito mais bonita que nas fotos, lhe respondi sincera e de pronto. Ela sorriu feliz! Então, meio insegura arrisquei – afinal ela que tinha começado... - Ô Nana, você acha que estou muito gorda? E ela sacramentou a nossa amizade para o resto da vida com a seguinte resposta:

- ''Claro que não! Você é um mulherão. Eu é que sou um cisco!''

Isso sim que é amiga de verdade! Você não é um cisco, Nana Okida! Você é a própria poesia em figura de gente que nasceu para a gente querer bem. 

E olha nós aí, amiga linda!


Praia de Muro Alto/PE
No “Dia Nacional da Poesia’’
08/03/2015