sábado, 1 de julho de 2017

ZANZANDO EM CRÔNICA



Na foto, aos 17 anos, com o professor, Pe. Inácio Nalson Nunes, no Colégio Sagrado Coração de Caruaru-PE, recebendo o diploma de taquígrafa - Ano de 1971. Ano em que, já procurava enriquecer os meus conhecimentos, para exercer a profissão de Secretária Executiva. ( Prova abaixo ) 


ZANZANDO EM CRÔNICA
Ysolda Cabral 


Primeiro dia que antecipa minhas férias, a começarem no próximo dia três, e fico zanzando pela casa sem saber o que fazer; quando há tanto! Mas, hoje é sábado e sábado é um dia tão especial que, não fazer nada, também é bom. O que não é bom é ficar zanzando! Zanzar é andar ao acaso, é vaguear...

Quando a gente zanza no ''Mundo Poesia'' é bom, pois rende belos poemas, mas, por falta de ânimo; é preocupante! O fato é que, ultimamente, o meu caminhar tem sido assim. – Ah, desânimo!...

Pensando em como mudar tudo isso, abri a janela. - Quem sabe o Mar não me animaria!... Mas, não consegui vê-lo, pois hoje é um daqueles dias que ele se esconde da Chuva, por baixo do Tempo. Ao abrir a janela me deparei foi com um Vento frio e neblinado que me fez voltar correndo pra cama e lá permanecer até dormir novamente. 

E, neste novo adormecer, o sono me levou ao tempo de menina quando, na minha Caruaru querida, em dias assim, eu adorava andar de bicicleta, isso já quando morávamos na Imperatriz Leopoldina, 180, no bairro, hoje chamado pomposamente de Indianópolis, (antes era Rosário Velho). A rua, à época, sem asfalto, era uma rua “ladeiramente” linda e convidativa para se andar de bicicleta. - Se a gente caísse nem se machucava! A lama amortecia a queda e a Chuva escondia as lágrimas, caso a queda fizesse a gente perder a competição, de quem descia a ladeira primeiro, e claro; perder o prêmio, - tomar coca-cola até enjoar. A fábrica ficava bem na esquina! Além de que, aumentar a nossa coleção de bonequinhos da Disney, era o máximo! – Eu tinha várias Brancas de Neve e vários Sete anõezinhos! Mas, o fato é que sempre havia coca-cola para todos e os bonequinhos também, e, tudo de graça.

Eu gostava dessas competições, mesmo que quase nunca ganhasse. Contudo, a minha praia era andar de bicicleta, independente do Tempo. Fazer isso sozinha, como gostava! Um dia, chovia a cântaros, e, eu, pensando em comprar uma bicicleta somente para mim – a minha era também dos meus irmãos -, e, como não queria pedir a papai, (eu odiava depender de mesada), resolvi que estava na hora de ganhar o meu próprio dinheiro. Nesse dia, depois de trocar umas ótimas idéias com a prima de minha mãe, Marieta Lira, me vi subindo a rampa da Prefeitura Municipal de Caruaru, aos 14 anos, e toda molhada de chuva, cheguei ao gabinete do Prefeito, João Lyra Filho, e perguntei: Marieta lhe disse que quero trabalhar? E ele, com sorriso bondoso, honesto e amigo, falou: ''Disse, sim! Mas, Ysolda, você sabe fazer o quê?''E eu, de pronto, lhe respondi: Tudo o que me ensinarem. E, ele então respondeu: ''Está contratada!'' - Pois é!... Foi então que comecei a trabalhar, porém sem carteira assinada, pois naquela época menor não podia trabalhar, se a memória não me falha.

Nossa como fui longe nesta crônica! – Fui escrevendo, escrevendo, de repente me dou conta de que logo, logo, estarei completando meio século de trabalho, apesar de já estar aposentada. E, mal saio de férias, fico zanzando pela casa sem saber o que fazer?! – Que coisa! 

– Acho que, finalmente, vou comprar uma bicicleta somente para mim. 
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Prova que constava de um ditado



Média alcançada: 9,0


TAQUIGRAFIA 
Sistema muito rápido de escrita que usa abreviaturas especiais. 

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Praia de Candeias-PE
Escondida no Tempo
01.07.2017
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade, sem pudor.

Código do texto: T6042755 
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